ACTONP53: A caminho de novas terapias anticancerígenas

Os avanços na compreensão do cancro destacaram o papel crucial das proteínas da família p53 na iniciação, progressão e disseminação do tumor, explicou-nos Lucília Saraiva, Professora Auxiliar na Faculdade de Farmácia da Universidade do Porto e investigadora principal deste projeto cofinanciado pelo COMPETE 2020. 
 
Lucília Saraiva | Professora Auxiliar na Faculdade de Farmácia - Universidade do Porto
 
 
1. Síntese do projeto
 
O cancro é um problema de saúde pública com uma incidência crescente em todo o mundo. Os avanços na compreensão da patobiologia do cancro destacaram o papel crucial do p53 na iniciação, progressão e disseminação do tumor, tornando esta proteína um dos alvos mais promissores na terapêutica anticancerígena. Apesar dos avanços na descoberta de diversos agentes ativadores do p53, esses compostos ainda não estão disponíveis para uso clínico em doentes com cancro. Desta forma, são necessários novos agentes direcionados para o p53 com atividade antitumoral melhorada.
 
 
Conforme proposto, o projeto ACTONP53 permitiu a descoberta de novos ativadores das proteínas da família p53, incluindo SLMP53-1, DIMP53-1, SLMP53-2, LEM-2 e MANIO, com potência e seletividade melhoradas para a via da família da p53 e para as células cancerígenas, quando comparados com os atualmente disponíveis na literatura. Estes potenciais candidatos a agentes anticancerígenos contribuirão certamente para o avanço da terapêutica personalizada do cancro (isoladamente ou em combinação terapêutica). Na verdade, alguns destes compostos têm merecido o interesse de várias empresas farmacêuticas. Além disso, dados relevantes sobre a estrutura, biologia e farmacologia das proteínas da família da p53 foram também fornecidos por este projeto.
 
Este projeto foi a base de uma patente internacional e de um pedido de patente internacional (processo em curso), três capítulos de livro, 26 publicações em revistas científicas internacionais com revisão por pares, na área da farmacologia oncológica, cinco resumos publicados em revistas internacionais e 12 em revistas nacionais. Além disso, contribuiu para a formação de sete estudantes de doutoramento e nove de mestrado.
 
2. Apoio do COMPETE 2020 
 
O projeto é promovido pelo ICETA – Instituto de Ciências, Tecnologias e Agroambiente da Universidade do Porto e cofinanciado pelo COMPETE 2020 no âmbito do Sistema de Apoio à Investigação Científica e Tecnológica (SAICT), envolvendo um investimento elegível de 195 mil euros, o que resultou num incentivo FEDER de 144 mil euros.

03/12/2021 , Por Cátia Silva Pinto
Portugal 2020
COMPETE 2020
União Europeia