I&D empresarial fator-chave para a recuperação económica.

A inovação pode fornecer soluções para a recessão provocada pela pandemia.  Numerosos estudos mostram que o investimento em atividades de ciência, tecnologia e inovação, particularmente em investigação e desenvolvimento, é um fator-chave do crescimento económico.  O financiamento destas atividades estão a permitir dar respostas aos desafios imediatos da crise sanitária, mas também podem ajudar na recuperação económica. Sem inovação tecnológica não pode haver competitividade

As políticas de pesquisa e inovação durante o período de crise devem ajudar a impedir que as empresas adiem, ou mesmo interrompam, as atividades de inovação.

O investimento em I&I ( Investigação Inovação) é um indicador fundamental da capacidade para construir uma economia baseada no conhecimento e na inovação, o que justifica o comprometimento crescente de muitos países, incluindo a generalidade dos Estados Membros da UE, com políticas públicas de estímulo ao investimento empresarial em I&I. Um investimento regular e elevado em I&I pelo setor empresarial, particularmente em atividades de média-alta e alta tecnologia, é tido como fundamental para gerar e manter um fluxo regular de inovação na atividade económica capaz de sustentar a competitividade de uma economia .

O COMPETE 2020 dispõe dos instrumentos necessários para alavancar o investimento empresarial em I&I, nomeadamente através dos sistemas de incentivos diretos às empresas e promovendo o trabalho conjunto com os Centros de conhecimento, porquanto se o investimento das empresas em actividades de I&D tem aumentado em Portugal na última década, ainda se  verifica uma insuficiente articulação entre as empresas e as restantes entidades do Sistema de I&I ( não empresariais), dificultando a transferência tecnológica com efeitos favoráveis na cadeia de valor gerado para a economia, fator acentuado pela prevalência de uma reduzida cultura de cooperação interempresarial, sobretudo no domínio internacional, determinante para a valorização económica da I&I.

Esta semana destacamos projetos de I&D empresarial em co-promoção . A 30 de abril , o COMPETE 2020 tinha aprovado 364 milhões de euros para o desenvolvimento de 399 projetos .

Conversamos com Teresa Martins, CEO da Neadvance e AI4MedImaging sobre o projeto IntVIS4Insp - Sistema de Visão por Computador Inteligente e Flexível para Inspeção Automática. Este projeto explora a componente de processamento e análise de imagem e inteligência artificial na vertente de interpretação semântica de objetos em ambiente industrial. Acrescenta-se ainda outro desafio, contemplado na Indústria 4.0, que se prende com a intenção de reutilizar componentes de hardware e software, possibilitando assim a configuração (setup dos componentes para novos cenários) em tempo real. Uma área de negócio em crescimento para as empresas.

O projeto REVIPOLISHED, da Revigrés, envolve o desenvolvimento de produtos inovadores de porcelanatos polidos com características melhoradas de resistência ao manchamento e durabilidade, com base em tecnologias e abordagens processuais energeticamente eficientes, como a cura UV, que permitem a obtenção destas propriedades. Simultaneamente, o projeto promove o desenvolvimento de sistemas de sensorização e domótica para integração no revestimento cerâmico, numa perspetiva de proporcionar maior conforto e eficiência energética em edifícios e de integrar soluções de “automated assisted living”.

Falamos com o Diretor da BERD, José Fernandes, sobre o projeto SELF_BRIDGES, uma solução de ponte modular inovadora, diferenciada das soluções atualmente existentes no mercado, nomeadamente na gama de vãos (≥120m), que permitirá reduzir custos de transporte e de montagem. De igual modo, pretende-se desenvolver uma solução que incorpore na estrutura uma tecnologia avançada de sensorização das deformações e do comportamento à fadiga, permitindo monitorizar e controlar o comportamento estrutural remotamente e em contínuo.

Conversamos com David Macário, Innovation Manager na Heliotextil que com a Universidade de Aveiro , desenvolve o projeto CONDADE, destinado à incorporação de dispositivos eletrónicos em roupas, estes novos adesivos vêm colmatar uma lacuna no mercado ao nível da falta de condutividade, flexibilidade, aderência e compatibilidade com as temperaturas de transferência e resistência à lavagem.

27/05/2020 , Por COMPETE 2020