Empresas nacionais de TIC apostam na diferenciação | Um desafio para a recuperação pós covid

A sociedade actual vive um novo modelo informativo, fragmentado e complexo, no qual os limites entre conteúdos, tecnologia e negócios tendem a desaparecer e onde as plataformas e os algoritmos organizam hierarquicamente e distribuem informações usando modelos de negócios ainda não consolidados e estruturas de organização em fase de teste ou de pouca maturação.

Hoje, Portugal é um dos países que mais utiliza e implementa novas ferramentas e tecnologias de informação. Encontra-se nos primeiros lugares do ranking mundial de e-government, e-banking  e acessibilidade ao mundo digital.

Internet das coisas, big data, gamificação, impressão 3D,indústria 4.0, inteligência artificial, robotização, realidade virtual, digitalização da economia, disrupção digital, carros voadores, consultas médicas online através do telemóvel, comércio online, sensores digitais... A lista é interminável e pode ser avassaladora para as empresas privadas e públicas. Como vão elas usar tudo isto nos seus negócios? Que conceitos e tecnologias vão aplicar? Quanto é que precisam investir? E que retorno vão ter? E isto vai obrigar a despedir pessoas? Hoje, o significado de inovar deixou de ser apenas introduzir novidades, renovar, inventar ou criar.

O mundo da computação é tão natural no nosso dia a dia que hoje o nosso mundo seria quase impossível de imaginar sem este conjunto conjunto de recursos tecnológicos integrados entre si, que proporcionam, por meio das funções de hardware, software e telecomunicações, a automação e comunicação dos processos de negócios, da pesquisa científica, de ensino e aprendizagem entre outras.

Este maravilhoso “mundo novo” que afinal ainda é jovem tem o céu como limite para a inovação e um impato profundo na competitividade do país.

A indústria vive um processo de mudança revolucionária: num futuro que já é presente, podemos esperar ver fábricas que operam como um único complexo integrado. Dispositivos de fabricação automatizada conectados, associados a um processo de negócios que controla o fluxo de materiais e logística.

As tecnologias digitais devem também ser capitalizadas enquanto facilitadoras no acesso e otimização dos principais fatores de produção - e.g. IoT - acesso remoto a informação de ativos em tempo-real, comunicação automática entre dispositivos e consequente automação de processos. Introduzir novas estratégias de sourcing de tecnologia, com um maior recurso a plataforma partilhadas (as-a-service).

A apropriação real do digital na forma como aprendemos, como nos relacionamos e sobretudo como as empresas se relacionam com o mercado é fundamental para o crescimento sustentável .

Esta descrição não é ficção, é um desafio a que as empresas portuguesas estão a responder de forma ativa e encontram nos instrumentos do COMPETE 2020 a alavanca ajustada. 

O projeto AR WARE tem como objetivo desenvolver uma plataforma para apoio à gestão das operações de logística e/ou picking em armazéns de empresas, tendo por base paradigmas como a IoT, a Indústria 4.0 e tecnologias como Realidade Aumentada, processamento de imagem e algoritmos inteligentes. Esta plataforma tem como objetivo permitir que as operações realizadas diariamente em grandes armazéns sejam desempenhadas com maior eficiência ao aliar toda a informação logística que é armazenada em sistemas ERP/WMS (Enterprise Resource Planning / Warehouse Management Systems) com as potencialidades da Realidade Aumentada, mapeamento 2D e 3D, visão artificial, localização indoor, otimização inteligente de rotas. Um projetos que vai permitir aos promotores do projeto concorrer com os grandes players que desenvolvem soluções para este nicho de mercado e ainda face ao caráter inovador, ser um potenciador de vendas no mercado internacional.

O Projeto TRUST - Transportation and Road Monitoring System for Ubiquitous Real-time Information Services consiste num projeto de Investigação e Desenvolvimento Industrial à Escala Europeia, em copromoção, que visa o desenvolvimento de um sistema de monitorização meteorológica e ambiental capaz de identificar condições de risco para a condução em infraestruturas rodoviárias, equipadas com tecnologias ITS (Inteligent Transport Systems and Services), para, através da comunicação entre veículos e elementos da infraestrutura, alertar os condutores em circulação para o perigo de acidentes em determinadas localizações e assim reduzir o número de incidentes e fatalidades associadas. O projeto conta com um consórcio formado pela empresa Microio – Serviços de Electrónica, Lda., copromotor líder, pela empresa PROEF Eurico Ferreira S.A. e pelo Instituto de Telecomunicações, entidade do Sistema Científico e Tecnológico Nacional, mas também com a ligação a um total de 21 parceiros internacionais, no âmbito do projeto europeu Celtic-Plus/EUREKA em que se insere.

O consórcio do projeto ShopView2Market que integra a Wedo Technologies, o Instituto Fraunhofer Portugal e a Sonae Center Serviços II desenvolveu uma solução inovadora que dê resposta a um dos problemas mais relevantes do dia-a-dia das empresas de comércio a retalho: o planeamento do micro espaço (planogramas) e do macro espaço (layout) das lojas e o controlo de execução dos mesmos. Um dos principais resultados obtidos foi a precisão do ShopView2Market na deteção de ruturas nas prateleiras. Tendo por base uma tecnologia inovadora de visão computacional e processamento de imagem permite o reconhecimento das etiquetas e do posicionamento dos produtos num elevado grau de assertividade. 

O projeto SOLFI (Sistema de Otimização para a  Logística Urbana com Fluxos Integrados de Mercadorias e Passageiros) tem como objetivo principal a criação de um novo tipo de serviço de distribuição de mercadorias em contexto urbano utilizando as redes de transporte de passageiros a operar nas cidades. Com a integração dos dois fluxos (passageiros, mercadorias) procura-se assegurar uma utilização mais eficiente das capacidades disponíveis na rede de transporte de passageiros e melhorar a qualidade de vida das populações nas grandes cidades.

02/07/2020 , Por COMPETE 2020