Internacionalização no sector da cortiça

No âmbito da comemoração do 60º Aniversário, a Associação Portuguesa da Cortiça (Apcor) organizou o seminário “Os factores competitivos da internacionalização. O Caso da Indústria da Cortiça”, que se realizou no dia 31 Março, no Europarque, em Santa Maria da Feira. 

Neste seminário foram apresentados os resultados do estudo efetuado pelo Banco de Portugal, “Análise das empresas dos sectores da madeira, da cortiça e do papel” , a cargo de Paula Casimiro, coordenadora da Área da Central de Balanços, e de Mário Lourenço, coordenador do Núcleo de Análise Sectorial; analisado um modelo para uma Competitividade sustentada apresentado pelo presidente da Comissão Diretiva do COMPETE 2020, Rui Vinhas da Silva, e , por fim, o presidente da APCOR, João Rui Ferreira, moderou uma mesa redonda sobre casos de internacionalização no sector onde estiveram presentes: Carlos Manuel, administrador da Amorim Isolamentos, S.A., José Carlos Faria, administrador da António Almeida Cortiças, S.A. e Sandra Correia, presidente da PELCOR, a quem se reuniu o presidente do COMPETE 2020.

Relativamente ao estudo do Banco de Portugal é de realçar que o sector da cortiça representava, em 2014, 16% do volume de negócios das indústrias de base florestal – Madeira, Papel e Cortiça, 11% do número de empresas e 13% do número de pessoas ao serviço. O sector da cortiça era constituído maioritariamente por microempresas, que representavam 81% do total do sector, com 18,3% pequenas e médias empresas e apenas 0,6% empresas de grande dimensão. No entanto, quando avaliado o volume de negócios do sector, 45,1% teve origem em empresas de pequena e média dimensão e 41,5% em empresas de grande dimensão. Além de que 63% do volume de negócios era gerado por empresas com mais de 20 anos de existência. 

Mas é no parâmetro das exportações que o sector mais se destaca – 70% do volume de negócios e 65% do número de pessoas ao serviço estava concentrado no sector exportador, em 2014. Por este motivo, o sector da cortiça tem contribuído, nos últimos anos, para a melhoria da balança comercial do país, exportando cerca de 95% do que produz, e possuindo valores de importações reduzidos e quase confinados à importação de matéria-prima. Daí que o saldo na balança é de mais de 750 milhões de euros, o que corresponde a uma taxa de cobertura das importações em seis vezes. Ainda pela mesma análise verifica-se que o saldo das transações de bens e serviços com o exterior foi no sector da cortiça de 45%, liderando de forma clara neste parâmetro de análise.

No que diz respeito à apresentação do presidente da Comissão Diretiva do COMPETE 2020 é de realçar o valor do investimento de 6.233 milhões de euros para o desenvolvimento de projectos de vária ordem, sendo que o foco é no apoio directo a empresas: 56% para Sistemas de Incentivos e Instrumentos Financeiros; 8% para apoio indireto a PME, via Associações Empresariais e Outras Entidades Sem Fins Lucrativos (Ações Coletivas; 34% para apoios à envolvente competitiva (10% - Ciência; 8% - Modernização da Administração Pública; 16% - Transportes) e, por fim, 3% para a Assistência Técnica do Programa.

O debate na mesa redonda destacou o papel empreendedor do empresário e o facto de ter de se ter de encontrar novos caminhos para alcançar o sucesso das empresas. Muitas vezes é em períodos de maior dificuldade que se consegue encontrar novas oportunidades de negócio. A cortiça é um produto presente em vários mercados, mas que continua a ter uma forte capacidade de internacionalização, na medida em que há ainda mercados por conquistar.

 

04/04/2016 , Por COMPETE 2020
COMPETE 2020
Presidente do COMPETE 2020
Rui Vinhas da Silva