Promover o Made in Portugal para sustentar o crescimento, um desafio colectivo

Num contexto de alguma euforia internacional em torno da descoberta de Portugal como destino turístico e como produtor de artigos de qualidade em setores ditos tradicionais e em setores emergentes , numa vertigem do movimento de empreendedorismo que trouxe ao nosso país eventos como o Web Summit, é fundamental olharmos para os instrumentos de política pública que existem no atual período de programação para promover Portugal e os produtos portugueses, conscientes que é crucial para a competitividade aumentar o volume de exportações , mas também criar no mercado global uma imagem sólida de Portugal associado a factores de diferenciação.

O crescimento das exportações foi um dos factores que mais impulsionou a economia no primeiro trimestre de 2017 e os dados revelados pelo Eurostat mostram que Portugal conseguiu um dos melhores desempenhos entre os países da Zona Euro no comércio com o exterior.

Segundo o gabinete de estatística da Comissão Europeia, as exportações de mercadorias em Portugal atingiram 14 mil milhões de euros no primeiro trimestre, o que representa um crescimento de 18% face ao período homólogo. Este aumento foi sustentado sobretudo pelo crescimento de 21% nas exportações para fora da UE, sendo que as exportações intra-comunitárias aumentaram 16%.

No primeiro trimestre e tendo em conta apenas os países da Zona Euro, melhor do que Portugal apenas três países: Chipre (+51%), Grécia (+20%) e Finlândia (+18%).  

O World Competitiveness Ranking 2017, coloca Portugal no mesmo lugar de 2016: 39.º. Espanha mantém a 34.ª posição na tabela. Reino Unido (19.º) e Alemanha (13.º) descem ambos uma posição.

O lugar no ranking é apurado da conjugação de diversos fatores. Em concreto, Portugal sobe oito lugares em termos de eficiência governamental e uma posição no critério infraestruturas. No critério eficiência nos negócios mantém-se igual e desce três lugares na performance económica.

No mesmo estudo, a competitividade dos custos, a mão de obra qualificada, a qualidade das infraestruturas, a abertura e atitude positiva e o ambiente empresarial favorável aos negócios são os elementos-chave que mais pesam no que toca a atratividade da economia portuguesa.

Sendo o COMPETE 2020 o programa que no contexto do Portugal 2020 tem por missão contribuir para a criação de uma economia mais competitiva, baseada em atividades intensivas em conhecimento, na aposta de bens e serviços transacionáveis ou internacionalizáveis e no reforço da qualificação e da orientação exportadora das empresas portuguesas, incorpora na sua estrutura um conjunto de instrumentos que tem contribuído efectivamente para a mobilização nacional para o mercado global.

Esta semana vamos apresentar-lhe alguns dos projetos que promovem Portugal  e o made in Portugal :

 

  • Projeto "Premium Products for Exclusive Markets"

O trabalho em rede na internacionalização das empresas marca este projeto

O projeto promovido pela AGAVI - Associação para a Promoção da Gastronomia e Vinhos, Produtos Regionais e Biodiversidade  tem por objetivo apoiar as  PME dos setores de Gastronomia, Vinhos e Turismo de Portugal na resolução de 3 desafios : assegurar uma aproximação ativa a uma rede de distribuidores ou importadores idónea, empenhada e com a dimensão adequada à estratégia de internacionalização da PME portuguesa; promover a participação em feiras que privilegiem produtos regionais, oriundos de países com grandes tradições gastronómicas e vínicas, ou seja, feiras que valorizem pequenos produtores de vinho (castas autóctones e terroirs qualificados), ou produtos regionais de elevado capital simbólico feito de forma artesanal, orgânica ou biológica; conseguir diversificar os seus mercados - encontrar feiras alternativas que permitam novas relações comerciais.

 

  • Projeto "FashionUP.pt"

O projeto promovido pelo CENIT- Centro de Inteligência Têxtil , tem por objetivo a promoção da imagem da indústria do vestuário e da confecção nacional, contribuir para atenuar a discrepância que (ainda) existe entre a qualidade intrínseca e a qualidade que lhe é internacionalmente reconhecida.

As ações mais comerciais contempladas por este projeto tiveram o seu arranque em janeiro de 2017 e assumem um claro objetivo de posicionar as mais dinâmicas e inovadoras empresas e marcas portuguesas de vestuário nos mais prestigiados espaços de negócio e promoção internacional, tendo em vista o crescimento sustentando das exportações.

O projeto desenvolve-se no quadro estratégico da marca global “MODAPORTUGAL”, que se pretende de forte implementação e reconhecimento internacionais, como marca aglutinadora das ações promocionais, onde as empresas portuguesas revelam a excelência da sua capacidade produtiva, mas também o seu dinamismo na criação de marcas próprias com elevado potencial de internacionalização.

 

  • Projeto “WHY Portugal”

O projeto “WHY Portugal” tem como promotor a ASSOCIAÇÃO EMPRESARIAL WHY PORTUGAL tem como objetivo estratégico a internacionalização da música portuguesa através de uma estratégia de internacionalização, sólida, bem planeada e concertada, e com a realização de ações coletivas, coerentes e integradas, com vista à efetiva exportação da produção musical nacional e de todos os serviços associados.

Reforçar a atratividade de Portugal como um destino de turismo musical de excelência, através da promoção dos festivais de música portugueses, é a grande ambição do projeto, sem contudo, deixar de fora a promoção do turismo urbano associado à música.

 

  • Projeto “Promoção Internacional Integrada do Destino Portugal”

O projeto "Promoção Internacional Integrada do Destino Portugal"tem como promotor o TURISMO DE PORTUGAL I.P. e visa promover Portugal enquanto destino turístico e as marcas regionais. Uma iniciativa fundamental para a criação de uma imagem internacional atrativa e para o sucesso da estratégia comercial das empresas e dos agentes junto dos turistas, para o aumento da notoriedade e o conhecimento sobre o Destino Portugal.

O projeto vai, assim, ao encontro da necessidade sentida por todos os agentes turísticos, públicos e privados, oferecendo uma imagem unificada e integrada do Destino Portugal e as suas marcas regionais, suficientemente inovadora, capaz de fidelizar os turistas que já nos visitam, e angariar novos.

Uma estratégia de comunicação que aposta por excelência na produção de conteúdos digitais e nos canais no mundo web.

 

12/09/2017 , Por Paula Ascenção