A inovação na oferta hoteleira transforma espaços em experiências

Mais de 12,76 milhões de turistas estrangeiros visitaram Portugal no ano passado (2018)  um novo máximo histórico.

O novo recorde representa um crescimento de 0,4% face a 2017. Além dos estrangeiros, outros 8,2 milhões residentes em Portugal contribuíram para as cerca de 57,6 milhões de dormidas nos estabelecimentos turísticos (hotéis, pousadas, hostels e alojamentos locais com mais de dez camas) portugueses no ano passado.

Não deveria surpreender ninguém quando dizemos que todos os viajantes do mundo continuam à procura de experiências que sejam únicas 

Desde a procura pelos ares da natureza, à enciclopédia de cultura que um destino pode oferecer, ou mesmo a procura pela “tal” aventura da nossa vida, a experiência faz parte de qualquer viagem.

O turismo, tal como o conhecemos, deixou de ser um serviço que nos oferece um voo ou um quarto de hotel. Viajar é hoje falar de rejuvenescimento, aventura, do encontro com o nosso “eu” e do encontro com o “eu” dos outros. Trata -se de alcançar a vertente sensorial do turista em primeiro lugar. Pretende-se emocionar e transformar a sensibilidade dos turistas, oferecendo-lhes serviços e produtos que os façam sentir-se os autores das próprias experiências. Querem-se experiências a nível da animação, degustação, observação de elementos de novas culturas, estética e prazer nos destinos, tornando as viagens inesquecíveis. Os turistas são consumidores racionais e emocionais que procuram experiências capazes de se associar às suas emoções para atuar no mercado, elevando a intensidade da experiência . Adequam-se constantemente os atrativos aos sonhos e à componente espiritual dos turistas.

É neste sentido que muitas vezes é necessário apenas inovar a nível da oferta turística para que o turista se sinta especial e único, agregando à oferta o potencial emotivo e, desta forma, se possível superar expetativas . Quando um turista está realmente satisfeito com a escolha do destino e com a qualidade da oferta, desde que obtenha recompensas mais elevadas do que os custos, a tendência para exceder as suas expetativas é ainda maior. 

De acordo com Jaime Andrez, Presidente do COMPETE 2020 as alterações do lado da procura, leia-se turista/consumidor "determina uma necessária resposta do lado da “Oferta” que terá de assegurar uma vivência de experiências, em vez de uma oferta de serviço de hotel, respondendo à diversidade de grupos turísticos com soluções personalizadas no seio dos membros da mesma família; uma nova abordagem de fidelização do turista, através do uso de big data analysis e da utilização de canais digitais no marketing; uma imprescindível – sempre o foi – estratégia partilhada, assegurando a combinação das componentes do produto e a garantia de serviços de saúde, imagem social e a sustentabilidade de destinos, exigida por turistas informados e com cultura de responsabilidade e de exigência.

Quaisquer que sejam as respostas do lado da oferta, estas têm sempre de ser suportadas por recursos qualificados e produtos de qualidade superior, assegurando produtos diferenciados em relação a destinos concorrentes e indiferenciados que, pelas situações críticas que vivem hoje, deslocaram turistas para o nosso país mas que, um dia, necessariamente, irão recuperar parte deles. Importa que recuperem apenas parte, uma parte menor possível.

Naturalmente, a Oferta deverá beneficiar de um aproveitamento das oportunidades oferecidas pelas ti4.0, designadamente através da adoção da realidade aumentada na animação; da integração de serviços com inteligência emocional, inclusivos e acessíveis a todos, incluindo aqueles que recorrem aos sistemas wearable para comunicar e interagir com o turista; da integração de serviços com a realidade virtual e a realidade aumentada, com cenários 3D e composição binocular, fotografia, vídeo, som e texto, para promoção de experiências imersivas do turista."

Essa adaptação estratégica implica investimentos que tem sido apoiados no âmbito do Sistema de Incentivos e de outros instrumentos do COMPETE2020 :

> Projetos Sistema de Apoio à Investigação Científica e Tecnológica e Sistema de a Apoio à I&DT para a pesquisa de soluções inovadoras ao nível das comunicações, software, do cloud computing, da Internet das coisas ou dos grandes dados.

> Sistema de Incentivos à Inovação Produtiva para a inovação das indústrias do setor das Tecnologias de Informação, Comunicação e Electrónica (TICE), e da sua transferência para as empresas de outros setores, com uma majoração 10% do Mérito Projeto nos investimentos no âmbito da i4.0. (o conjunto de tecnologias consideradas 4.0 próprias e propensas à atividade turística podem ser consultadas no site do COMPETE2020)

> Projetos de Qualificação e Internacionalização de PME prevendo a integração da TICE nas várias fases do seu ciclo de vida das PME não produtivos.

 

12/09/2019 , Por COMPETE 2020