As empresas nacionais apostam na inovação para desenvolver soluções sustentáveis

Nesta semana regressamos a uma temática fundamental porque a aposta é na competitividade nacional mas conscientes que tal tem de passar por encontrar novas formas de produção, mais sustentáveis e que garantam bem estar e a preservação dos ecossistemas que equilibram o Planeta em que habitamos: Economia Verde.

Quando nos referimos a Economia Verde falamos de uma economia limpa, amiga do ambiente que promove o bem-estar das sociedades e dependente de um desenvolvimento sustentável, ou seja , o crescimento económico faz-se respeitando o ambiente e a justiça social. Ora, o caminho para uma Economia Verde passa por fazer opções que consideram o custo total de uma actividade e não apenas o custo financeiro.

Durante séculos, o crescimento económico parecia depender da utilização de recursos naturais como se estes fossem inesgotáveis. O resultado imediato: crise de recursos e aumento de preços. A médio prazo olhamos para o mundo que conhecemos e vemos ecossistemas a desaparecer. E não há crescimento e competitividade sem equilíbrio.

Atualmente, economistas e empresários procuram novos modelos económicos onde o crescimento económico não colida com o bem –estar do planeta em que habitamos.

Se continuarmos num modelo tradicional, em 2050, vamos estar a extrair 5 vezes mais recursos (metais, minerais, terra, alimentos, água) do que hoje… Se considerarmos que mais de 60% dos nossos ecossistemas já estão sobre-explorados percebemos que é fundamental encontrar outras soluções mais eficientes.

A União Europeia tem uma estratégia de longo prazo para reduzir os danos da utilização insustentável dos recursos naturais. O objetivo é criar mais valor utilizando menos recursos e encontrando soluções alternativas sempre que possível. O processo linear de produção torna-se cíclico e usamos, reinventamos, reciclamos. Por exemplo a reciclagem de alumínio envolve uma poupança de 95% se compararmos com a extracção.

É neste contexto que a aposta na inovação é crucial: para uma competitividade sustentável, precisamos de tecnologias, processos e modelos de negócio que utilizem os recursos mais eficientemente. A União Europeia tem por objetivo transformar a Europa numa economia competitiva e verde, ou de baixo carbono. Para tal é fundamental fazer alterações na produção e consumo de forma a reduzir a pressão no ambiente.

Nesta Newsletter vamos apresentar-lhe alguns dos projetos que apostam na inovação e que contribuem para soluções sustentáveis:

 

  • Projeto VinylGreen

O projeto VinylGreen é liderado pela Politejo, em parceria com a Componit e o grupo de polímeros da Universidade de Coimbra, visando o desenvolvimento de um novo material plastificante, de base natural e sustentável, biodegradabilidade dos materiais e sem compostos tóxicos para produção de PVC flexível com as características que viabilizem a sua aplicação no mercado alimentar. No final do presente projeto é esperado que o PVC com o novo plastificante seja incorporado na produção de tubos flexíveis destinados especificamente à indústria alimentar.

 

  • Projeto Eco Wood & Furniture

Projeto promovido pela aimmp que visa apoiar o desenvolvimento de produtos e serviços “verdes” inovadores por parte das empresas, transformando as preocupações ambientais em valor acrescentado. Este projeto propõe incorporar princípios de ecoeficiência e economia circular nas PME, no sentido de as capacitar para uma agenda de inovação e qualificação reforçadas no contexto europeu, tal como preconizado no ‘Plano de ação sobre eco inovação’ (EcoAP).

Para isto, serão implementados sistemas de gestão ambiental e florestal nas PME, para que seja possível utilizarem de modo mais eficiente recursos, reduzir e reutilizar desperdícios, numa lógica de criação e agregação de valor tendo em vista a mitigação de problemas bem identificados.

 

  • Projeto GRLF: Conceção e caracterização de coberturas verdes e fachadas vivas construídas com sistemas estruturados em cortiça

A implementação de coberturas verdes e fachadas vivas (GRLF) tem vindo a ser apontada como uma das soluções capaz de mitigar e adaptar o parque edificado aos principais problemas que as cidades europeias enfrentam.

Neste projeto pretende-se desenvolver sistemas de coberturas verdes e fachadas vivas (GRLF) que façam uso da cortiça natural expandida para a conceção das camadas interiores destes sistemas. Com a incorporação de cortiça natural expandida no sistema pretende-se melhorar o desempenho ambiental e energético destas tipologias, conduzindo a soluções menos impactantes do ponto de vista ambiental. A utilização da cortiça expandida deve garantir o isolamento térmico e a durabilidade pretendidos, bem como, respeitar todos os requisitos funcionais impostos a estas soluções.

Este projeto, com início em Junho de 2016, terá a duração de 36 meses e envolve duas entidades do Sistema Científico e Tecnológico (Universidade de Coimbra e o ITeCons) uma organização sem fins lucrativos (ANQIP) e uma entidade empresarial (Neoturf).

 

  • Projeto AI MIOPO - Alchemy Innovation

O eco design é uma tendência a nível mundial em diferentes áreas, como a engenharia e o design, e tem como objetivo principal o desenvolvimento de produtos, sistemas e serviços que reduzem o uso de recursos não renováveis e minimizam o seu impacto ambiental.

Este projeto , desenvolvido pela empresa SILSA tem como objetivo principal o desenvolvimento dos artigos de vestuário feminino mais sustentáveis do mercado, assentes na estratégia de dinamizar e internacionalizar a marca MIOPO posicionada no semento médio alto.

O desenvolvimento da marca MIOPO a nível nacional e internacional, passa pela introdução de modelos de roupa eco-inovadoras e com um design revolucionário. Pretende-se também desenvolver um modelo criativo para a eco embalagem dos produtos.

29/05/2017 , Por Paula Ascenção