MoedINOV: Desenvolvimento de Moedas de coleção com estética inovadora recorrendo a tecnologias avançadas

 

            

 

Silvia Garcia, responsável do projeto MoedINOV                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                           

"O Projeto MoedINOV, liderado pela Imprensa Nacional Casa da Moeda (INCM), visa a aplicação de técnicas avançadas de materiais na criação de novos efeitos estéticos nas moedas de coleção. Combinam-se assim diversos materiais metálicos e cerâmicos, que levam ao desenvolvimento de novos padrões e texturas superficiais e assim criar novas soluções de design. Deste modo, o projeto MoedINOV  tem como objetivo responder às elevadas exigências deste mercado, de âmbito internacional, no que respeita à inovação estética e funcional. Sendo as moedas de coleção na sua essência produtos de autor e de arte, o seu desenvolvimento não se deverá coibir de se encontrar alicerçado também no desenvolvimento de um projeto artístico. Por esta razão, os investigadores e técnicos da INCM e da Universidade do Minho trabalham em estreita colaboração com a equipa do Professor Eduardo Aires, artista plástico reconhecido internacionalmente.

Todo o apoio prestado pelo Programa COMPETE 2020, sem o qual não seria viável desenvolver os trabalhos de investigação inerentes ao Projeto, é sem dúvida um contributo essencial para demarcar um produto cariz nacional no mercado internacional, aqui enobrecido em Moedas de Coleção, que indubitavelmente valoriza o conhecimento e a cultura portuguesa."

Enquadramento

O projeto MoedINOV tem como objetivo responder à extrema apetência do mercado das moedas de coleção pela inovação estética e funcional, através do desenvolvimento de novos padrões e texturas superficiais com efeitos estéticos muito atrativos, que permitem ainda interagir com aspetos culturais e históricos, fundamentais na transmissão de mensagens, associadas à natureza das moedas de coleção.

O Projeto

As texturas são criadas com base na adição de diversos materiais, metálicos e cerâmicos, recorrendo a duas tecnologias inovadoras e não existentes no mercado que, de forma complementar, proporcionarão a oportunidade de criação de uma nova gama de produtos, através da criação de designs inovadores.

A primeira tecnologia recorre a um processo de sinterização laser, multi-material, desenvolvido pelo centro de investigação CMEMS (Centre for Micro Electro Mechanical Systems), com o potencial de trabalhar com metais e cerâmicos diversos, e que permite a adição localizada destes diferentes materiais em diferentes zonas das peças, com gradientes de materiais entre eles, permitindo criar efeitos de gradações de materiais/cores/texturas.

A segunda tecnologia diz respeito a uma tecnologia híbrida, que também recorre a fontes lasers, associadas a processos de adição e subtração mas também de tratamentos termoquímicos, na manufatura das peças, e que inclui a deposição de alguns pós, recorrendo a micro spray por chama. Este processo híbrido, com o potencial de trabalhar com diferentes materiais, de forma sequencial, incluindo diferentes metais e/ou cerâmicos, pedras naturais em pó, cerâmicos funcionais, incluindo ainda a deposição de materiais antibacterianos, permite a criação de texturas e padrões extremamente atrativas.

As duas tecnologias respondem, de forma complementar, à capacidade de criar diferentes aspetos estéticos nas peças. Em ambos os casos, as tecnologias base, associadas a procedimentos tecnológicos, desenvolvidos no âmbito do centro de investigação CMEMS da Universidade do Minho, oferecem a possibilidade de criar revestimentos, acabamentos, estruturas híbridas ou texturas, que juntam efeitos estéticos com propriedades como elevada resistência ao desgaste, ao impacto, á abrasão, com estabilidade química não permitindo alteração da cor quando expostos a diversos agentes químicos, conforme requerido pelas componentes usadas em moedas, medalhas, ou objetos afins. Estas tecnologias poderão ser usadas de forma independente ou ainda ser hibridizadas com a convencional cunhagem.

O mercado das moedas de coleção é, a nível internacional, um mercado em expansão com crescimento substancial também nos países orientais, representando uma fração importante na criação de riqueza e de emprego. Por outro lado em Portugal este mercado também está a crescer e pode ter um impacto económico, sobretudo no que diz respeito a exportações. A possibilidade de introdução de produtos, com as características propostas neste projeto, com elevado valor acrescentado, aumentará oferta portuguesa em diversos mercados no mundo, com uma capacidade competitiva muito acrescida para a conquista da produção de moedas de coleção.

Para atingir os objetivos do projeto formou-se um consórcio entre a Imprensa Nacional - Casa da Moeda, que tem larga experiência e é conhecedora do mercado das moedas de coleção, e a Universidade do Minho, através do Centro de Investigação CMEMS – Centre for Micro Electro Mechanical Systems, detentora do conhecimento das novas tecnologias a utilizar.

O projeto conta ainda com a participação do Professor Eduardo Aires, designer gráfico, artista plástico, bastante conceituado e premiado internacionalmente e também autor de moedas, que apoiará no desenvolvimento dos projetos artísticos e protótipos de modo a estudar e definir concretamente pela componente artística.

Por forma a garantir uma boa divulgação e valorização dos resultados, nomeadamente a nível internacional, o projeto conta ainda com a colaboração de parceiros de renome na comercialização internacional das moedas de coleção, que participarão ao nível da orientação estratégica no sentido de ajudar a definir as necessidades a nível setorial.

 

Apoio do COMPETE 2020

O projeto conta com o apoio do COMPETE 2020 no âmbito do Sistemas de Incentivos à Investigação e Desenvolvimento Tecnológico em Copromoção, envolvendo um investimento elegível de 740 mil euros o que resultou num incentivo FEDER de cerca de 466 mil euros.

10/07/2019 , Por Miguel Freitas
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