À conversa com ….O COMPETE 2020 contribui para mais e melhor investigação em Portugal …

A aproximação da Noite Europeia dos investigadores e as iniciativas que decorrem durante estes dias para aproximar a academia da sociedade civil deu o mote para conversarmos com 3 investigadores que coordenam projetos apoiados por fundos da União Europeia. Conhecer as dificuldades de um projeto de investigação, perceber a importância de financiar a investigação e perceber o trajecto para aproximar a academia das empresas deram o mote para as nossas conversas . 

Ciência e inovação são dois pilares fundamentais para a competitividade nacional. E a aproximação que tem ocorrido entre os Centros de Saber e as empresas é prova de que ambos percebem as sinergias que podem acontecer e desta forma responder a questões cruciais para a Europa inclusiva e com um crescimento sustentável. A inovação depende de Investigação &Desenvolvimento, que envolve por parte das empresas uma aposta financeira relevante, por isso o trabalho próximo dos centros de saber e a valorização da transferência de conhecimento e tecnologia tem de ser feita com foco bem definido e perspectivas concretas de utilização. O COMPETE 2020 tem na sua estrutura instrumentos que visam contribuir para o reforço das capacidades de investigação e inovação e promove todas as fases da cadeia de I&I (da I&D a valorização do conhecimento). Privilegia uma lógica de interação entre todos os atores deste sistema, com especial enfoque entre as entidades de investigação e divulgação de conhecimentos (composto pelas universidades, laboratórios do Estado, centros de I&D públicos e entidades de interface, como sejam os Centros Tecnológicos, ou seja, entidades não empresariais do Sistema de I&I) e as empresas (enquanto entidades centrais da componente inovação).

Dados reportados a 31 de agosto de 2018, mostram que já foram aprovados 1112 projetos de investigação, correspondendo a 354 milhões de euros de incentivo comunitário.  (Ponto de Situação N. 38)

Este aumento do apoio ao trabalho de investigação traduz-se não só num aumento do incentivo mas num esforço de contratação de mais doutorados para o processo de investigação e sobretudo na garantia de divulgação de resultados e de disseminação de conhecimentos, e quando aplicável, uma estratégia de transferência de conhecimento.

Jean-Eric Paquet, diretor-Geral de Investigação e Inovação da EU, em entrevista ao Expresso (16.09.2018) assumiu como crítico para a Europa o investimento na ciência e destacou a qualidade dos investigadores nacionais e capacidade de atração de jovens para áreas da engenharia e das ciências.  O grande desafio continua é aproximar academia e empresas …. E mostrar à sociedade civil o que o que fazem os nossos investigadores.

Nesta Newsletter conversamos com:

Catarina Gomes, investigadora responsável pelo projeto GLYCOKiller, actualmente post-doc no Instituto de Investigação e Inovação em Saúde (I3S/IPATIMUP) GLYCOKiller visa descobrir novos compostos químicos que inibam especificamente a síntese de glicanos (estrutura de açucares) cruciais no processo de invasão de células cancerígenas. 

Rui Pedrosa, Presidente do Politécnico de Leiria e investigador do MARE-IPLeiria é o coordenador do projeto Red2Discovery. O projeto “Red2Discovery tem por objectivo  a extração, isolamento e purificação de novas moléculas com capacidade antitumoral e antimicrobiana, bem como a caracterização das vias de sinalização intracelular ativadas por estas moléculas, em duas algas vermelhas.  Tendo por base estudos anteriores, realizados pelo centro de investigação do Politécnico de Leiria (MARE-IPLeiria), foi possível identificar estas duas macroalgas como fonte potencial de novos compostos com aplicação farmacológica.

Paulo Santos Professor do Departamento de Engenharia Civil da Universidade de Coimbra e Investigador Responsável pelo Tyre4BuildIns

Este projeto que tem como objetivo principal desenvolver um novo material compósito, à base de borracha de pneus reciclada e aerogel, para isolamento térmico e acústico, “amigo do ambiente” e com uma boa relação custo-benefício. Para além de desenvolver um novo material à base de borracha de pneus reciclada o projeto tem como objetivos avaliar e otimizar a utilização deste novo material como tiras de corte térmico por forma a melhorar o desempenho térmico e acústico de elementos em LSF (Light Steel Framing), bem como avaliar os impactos ambientais e custos através de uma análise ciclo de vida deste material.

 

20/09/2018 , Por Paula Ascenção