Petratex: o melhor lugar para trabalhar produto têxtil e moda

Síntese

O COMPETE 2020 está a promover um ciclo de visitas de empresas à Autoridade de Gestão, envolvendo alguns dos protagonistas de histórias de sucesso empresarial, para partilharem o seu percurso.

Organizados por setores, teve início a 2 de dezembro, o ciclo dedicado ao Vestuário e ao Calçado, sendo o primeiro testemunho dado por Sérgio Neto, CEO da Petratex.

Conhecer esses percursos é fundamental para a estrutura do COMPETE 2020, sendo este o Programa que tem por objetivo último criar condições de crescimento económico sustentado em Portugal por via da competitividade e das exportações.

Fundada em 1989 em Portugal, a Petratex é uma empresa que desenvolve a sua atividade em diversas áreas e que adquiriu uma posição de liderança na indústria têxtil.

O apurado sentido de negócio e o vasto know-how permitem oferecer uma vasta gama de produtos a uma audiência global, dentro dos mercados-alvo: Moda, Desporto e Alta-tecnologia.

A Petratex combina em si mesma conceitos únicos que integram tecnologia, investigação científica, serviço, design e uma equipa com muito talento, focalizada no melhoramento contínuo e na inovação.

A combinação de todas estas componentes e a procura contínua da excelência transformam a atitude de auto melhoria numa obsessão diária.

Foi esta mentalidade que permitiu alcançar e manter um forte diferencial e a considerável vantagem competitiva de que dispõem atualmente sobre os concorrentes diretos. 

A Petratex é uma empresa com a sua própria cultura, relacionada com a sua história, os seus projetos, os seus sucessos e, mais de que tudo, com todos os membros que a integram. Aliás, conforme realça Sérgio neto, “a maior valia da empresa é o capital humano”.

 

A maior valia é o capital humano

Na Petratex os trabalhadores são as estrelas. Todos são importantes. Literalmente.

Aliás, a aposta no capital humano tem-se revelado a estratégia certa para uma empresa que, nos primeiros anos de vida, enfrentou um enorme desafio: a deslocalização da produção marcas para a Ásia.

Assim, na década de 90, marcas que compravam 85% da produção da Petratex transferiram a produção para o continente asiático. Era crucial definir uma nova estratégia e esta recaiu na inovação de produto, nos processos e na própria gestão da empresa, afirma Sérgio Neto, acrescentando que foi preciso começar a “ter uma oferta que os clientes não conseguissem encontrar na Ásia”.

 

Uma dificuldade cria uma oportunidade

Tendo presente que “uma dificuldade cria uma oportunidade”, sublinha o administrador, a Petratex caminhou para duas áreas de especialização:

  1. o vestuário técnico ligado a desportos de alta competição;
  2. a confeção de alta-costura.

Os resultados não tardaram em aparecer. Em 2008, o nome da empresa saiu do anonimato quando se soube que os fatos de banho usados por Michael Phelps nos Jogos Olímpicos de Pequim eram fabricados em Portugal. “O projeto levou três anos a ficar pronto. Todos os pormenores contam na procura do máximo conforto em modalidades onde milésimos de segundo fazem a diferença. Este sucesso deu-nos bastante projeção e o vestuário técnico representa apenas 30% das nossas vendas”.

O desenvolvimento de produtos para marcas de moda da alta-costura está em franco crescimento, tendo já uma equipa totalmente dedicada a este segmento.

Um dos motivos de orgulho é o fato de haver marcas que antes produziam em França e Itália e passaram a colocar a etiqueta “Made in Portugal” no seu produto. Conseguimos que isso acontecesse “, afirma Sérgio Neto.

Mais do que uma têxtil de transformação, a Petratex é também criadora e assume-se como empresa de desenvolvimentos e inovação de produto, vertente na qual é cada vez mais reconhecida. Há parcerias estabelecidas com algumas marcas para desenvolver novos conceitos que irão ter grande projeção internacional. São processos morosos; levam quatro a seis anos a implementar. Os clientes pedem para criar novos produtos e somos capazes de pegar nesse projeto e apresentar uma solução chave na mão, podendo o cliente depois produzir aqui ou em qualquer parte do mundo “, explica Sérgio Neto.

A Petratex é também responsável pela produção de um projeto na área da saúde, a Vital Jacket, camisola com tecnologia acoplada que permite medir os sinais vitais do utilizador. O produto está concluído e começou a ser usado em meios hospitalares, sendo que o próximo passo é chegar ao consumidor final.

 

A Petratex é o melhor lugar para trabalhar produto têxtil e moda

Com cerca de 650 colaboradores diretos, a empresa gera ainda 2500 postos de trabalho através de subcontratação. Um total de 3150 empregos para dar resposta às encomendas de diversos clientes que distribuem o seu produto por uma centena de países. Além de Portugal, produz em Marrocos e na Tunísia, dando “resposta a um segmento de mercado que requer mão-de-obra barata e não é possível fazer em Portugal”.

A meta passa por um posicionamento diferenciador: “transformar a empresa no melhor lugar para trabalhar produto têxtil e moda”. Tal propósito passa pelo investimento no capital humano, o maior ativo da Petratex. “As pessoas são o que temos de mais importante. Máquinas toda a gente compra, mas é a nossa equipa que faz a diferença. E não há melhor retorno para quem gere um negócio do que valorizar os trabalhadores dentro da empresa”.

Foi criada uma ferramenta - o Petrabook -  para encurtar distâncias entre os que fazem parte do projeto, de forma a potenciar exponencialmente a envolvência e partilha de conhecimentos de todos os intervenientes, passando assim a integrar uma equipe  que interage online, desde a costureira ao cliente final.

Além disso, a Petratex disponibiliza escola de formação, refeitório e ginásio para os seus colaboradores. “Queremos formar as nossas pessoas, fomentar a boa convivência entre todos, mas também que os filhos dos nossos colaboradores vejam aqui uma oportunidade de se formarem e progredirem na carreira. É aí que reside a continuidade do nosso projeto”, assume Sérgio Neto.

Os trabalhadores são as estrelas da empresa. “Uma costureira é uma artista que faz uma peça para alguém se sentir bem. É como um pintor a pincelar um quadro. Não podemos desvalorizar a sua arte”. A aposta na competência deu frutos, focando-se num produto diferenciado e atraindo marcas de luxo.

A Petratex encontrou no vestuário técnico, bem como nas produções de luxo para a alta-costura, o modelo ideal para colocar têxteis “Made in Portugal” nos cinco continentes.

Com orgulho em ser portuguesa, a Petratex “tornou-se uma imagem de marca no vestuário e aqueles que um dia partiram estão agora a bater-nos novamente à porta”.

E, acrescente-se, há clientes em lista de espera.

 

Está agendado para fevereiro de 2016, o setor da cortiça e do vinho, seguindo-se outras fileiras exportadoras até ao final do ano.

07/12/2015 , Por Cátia Silva Pinto
COMPETE 2020