ABSOLAR: uma aposta no enorme potencial da energia solar

Leia a entrevista com Luis Rebouta, Professor Associado do Departamento de Física da Universidade do Minho, responsável pelo projeto ABSOLAR, cofinanciado pelo COMPETE 2020 que visa “o desenvolvimento de um revestimento de 4 a 5 camadas para absorção seletiva da radiação solar para aplicações que utilizem a tecnologia solar térmica concentrada”.

 

Entrevista a Luís Rebouta …

 

O que considera ser o elemento diferenciador do projeto em que trabalha?

 

O projeto tem como objetivo o desenvolvimento de um revestimento de 4 a 5 camadas para absorção seletiva da radiação solar para aplicações que utilizem a tecnologia solar térmica concentrada. Esta tecnologia utiliza sistemas com espelhos parabólicos que concentram a radiação solar em cerca de 80 vezes, onde a energia é absorvida por meio do referido revestimento, atingindo temperaturas de cerca de 400 ºC, permitindo, por exemplo, a produção de eletricidade com rendimento semelhante ao de uma central fotovoltaica.

Neste projeto pretende-se otimizar a estrutura em multicamada, passando por utilizar novos materiais de modo a obter uma melhoria no desempenho em termos de balanço energético, temperatura de operação e durabilidade. 

 

O sistema científico ainda é pequeno para as necessidades do país?

 

Não é necessariamente o sistema científico que é pequeno, mas é essencialmente o financiamento para a investigação e desenvolvimento que é escasso, bastante abaixo da média dos países desenvolvidos. 

 

 

Empresas e Universidade. Ainda são dois mundos?

 

Ainda podemos dizer que são mundos distintos, porque ainda são poucas as empresas com parcerias com a Universidade. No entanto, esse número já é bastante superior às existentes num passado recente. Este processo tem passado pelo reconhecimento de muitos empresários em que a ligação às universidades pode favorecer a melhoria dos seus produtos e serviços e das próprias universidades que criaram estruturas de interface para procurar e estabelecer parcerias com a indústria. O COMPETE 2020 tem tido um papel importante nesta aproximação, mas é importante que também se criem parcerias entre empresas e universidades sem esse financiamento, já que existem casos em que a parceria não avançou porque o financiamento do COMPETE 2020 não foi aprovado.

 

Qual o contributo do COMPETE 2020 para os objetivos que definiram para o projeto?

 

O contributo do COMPETE 2020 é fundamental para a execução do projeto e para atingir os objetivos propostos. 

 

 

 

 

 

 

Apoio do COMPETE 2020

O projeto ABSOLAR é cofinanciado pelo COMPETE 2020 no âmbito do SAICT - Sistema de Apoio à Investigação Científica e Tecnológica, com um investimento elegível de 101 mil euros, correspondendo a um incentivo FEDER de cerca de 78 mil euros.

 

Biografia

Luis Rebouta licenciou-se em Física em 1985 pela Universidade de Lisboa, Portugal, obteve o grau de Mestre em 1989 e o grau de Doutor em 1992, ainda na mesma instituição. Desde 1992 tem trabalhado no Departamento de Física da Universidade do Minho onde tem estado envolvido na investigação na área dos revestimentos PVD (pulverização catódica), como por exemplo em revestimentos superduros, transparentes e condutores, coloridos, absorção da energia solar e respetivas aplicações, tendo mais de uma centena de publicações com arbitragem científica.

Desde 2000 é Professor Associado do Departamento de Física da Universidade do Minho e obteve a agregação em 2009. Entre Janeiro de 2002 e Dezembro de 2003, exerceu funções de gerente da empresa Savcor Coatings da Amazonia, Ltd, em Manaus, Brasil.

 

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Departamento de Física da Universidade do Minho

14/12/2017 , Por Cátia Silva Pinto
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