COMPETE 2020 alavanca investimento do consórcio Oceantech em operações marinhas

Em entrevista ao COMPETE 2020, Luís Almeida, VP of Technology da Abyssal e coordenador do OceanTech destaca a “dinâmica de trabalho e espírito colaborativo que se conseguiu imprimir” no  projeto de gestão de operações submarinas com base em veículos robóticos inteligentes para explorar o mar global a partir de Portugal.
 
 
1. Enquadramento
 
Desenvolver um sistema de gestão de operações submarinas com base em veículos robóticos inteligentes para explorar o mar global a partir de Portugal, é o principal objetivo do projeto OceanTech. Promovido por um consórcio de doze promotores, liderado pela Abyssal, este projeto irá gerar novo conhecimento técnico-científico que permitirá desenvolver, construir e oferecer novos produtos, processos e serviços para o oceano profundo. 
 
Conhecimento este que irá gerar onze novos produtos que irão disponibilizar um novo serviço que - assente na total integração das operações marinhas e do seu controlo a partir de centros em terra - oferecerá uma nova visibilidade sobre as mesmas, disponibilizando e comercializando informação relevante para os utilizadores finais. 
 
Fique a par do estado de arte na entrevista ao COMPETE 2020 de Luís Almeida, VP of Technology da Abyssal e coordenador geral do projeto. 
 
 
2. Entrevista
 
Quais foram os principais desafios que se depararam no desenvolvimento do projeto?
 
Debatemo-nos com desafios em duas dimensões distintas: a nível da coordenação do projecto, em que fruto da dispersão geográfica, dos diversos contextos e dinâmicas de trabalho dos promotores, em que se incluem universidades, institutos de interface e empresas privadas, houve uma complexidade e desafio acrescido para fazer convergir, alinhar e manter permanentemente em funcionamento a comunicação entre todos; a nível da execução técnica, dado que este projeto se propôs a desenvolver novas ideias e/ou novas formas de produção, existiram vários desafios técnicos mas um a assinalar seria o desenvolvimento do mecanismo que permite ao remotely operated vehicle (ROV) híbrido acoplar/desacoplar de forma completamente automática, dada a inexistência de soluções semelhantes no mercado.
 
 
Este projeto envolve vários parceiros. É um projeto que pretende responder de forma estruturada ao setor?
 
Um dos objetivos basilares da proposta de valor do projeto OceanTech ambicionava conjugar as valências técnicas e extensa experiência de um conjunto representativo dos principais players nacionais a actuar no desenvolvimento da economia do mar. O racional foi formar um consórcio de parceiros capaz de contributos complementares para potenciar o resultado dos objetivos ambicionados. Adicionalmente é expectável que o conhecimento e experiência adquiridos no âmbito do projeto possam permitir a cada parceiro catalisar mais iniciativas e fazer proliferar ainda mais o desenvolvimento do setor.
 
 
É um projeto que consolida ou avalia tendências?
 
Tendencialmente toda a proposta de valor se inclina para a consolidação de um conjunto de tendências que se têm vindo a observar no sector nos últimos anos: quer a nível macro numa óptica do crescente interesse na globalização dos oceanos, evidenciada pelas múltiplas candidaturas submetidas à Comissão de Limites da Plataforma Continental e pelos vários acordos entre regiões do globo que, tendo o oceano como objeto, pretendem articular e salvaguardar interesses económicos, ambientais e geopolíticos; quer a nível a nível sectorial, seguindo as tendências de desenvolvimento das indústrias offshore, que embora em estágios de maturidade diferente, tanto a prospeção e produção de petróleo e gás offshore, como a produção de energia elétrica a partir de fontes renováveis no mar, como a própria aquacultura offshore, exibem tendências em termos de inovação e de desenvolvimento tecnológico que claramente se encontram em linha de convergência com os objetivos do projeto.
 
 
De entre os resultados alcançados, há algum que gostaria de destacar?
 
Nesta fase de desenvolvimento do projeto, o principal destaque deverá ser colocado não num resultado direto e tangível dos objetivos propostos, mas sim na dinâmica de trabalho e espírito colaborativo que se conseguiu imprimir à relação entre todos os intervenientes no projeto: sejam parceiros do consórcio, sejam todas as pessoas da equipa que contribuem diariamente para o desenvolvimento do trabalho, seja a entidade gestora, na forma do seu ponto de contacto e respectivos peritos avaliadores. Tal tem impactado muito positivamente no decorrer de todos os trabalhos, facto inclusivamente sublinhado aquando da visita intercalar para aferir o progresso registado.
 
 
Qual a mais valia do apoio do COMPETE 2020?
 
Inicialmente através do seu contributo financeiro, o apoio do COMPETE 2020 foi fundamental para viabilizar o projeto. No decorrer do projeto tem sido também inestimável a ajuda na divulgação dos principais resultados com a publicitação na sua network através da newsletter periódica.
 
 
3. Apoio do COMPETE 2020
 
O projeto “OceanTech: Sistema de Gestão de Operações com base em Veículos Robóticos Inteligentes para a Exploração do Mar Global a partir de Portugal” conta com o cofinanciamento do COMPETE 2020 no âmbito do Sistema de Incentivos à Investigação e Desenvolvimento Tecnológico - Programas Mobilizadores, envolvendo um investimento elegível de 8 milhões de euros, que resultou num incentivo FEDER de 5,7 milhões de euros.
 
 
 

04/06/2020 , Por Cátia Silva Pinto
COMPETE 2020