Klacus: A criação de uma nova unidade fabril para a valorização de biomassa florestal

Este projeto visa criar um novo estabelecimento fabril que permita à Klacus obter uma vantagem competitiva pelo potenciar do caráter internacionalizável dos seus produtos em madeira, abrangendo um plano de investimento e criação de, pelo menos, 11 postos de trabalho, 4 dos quais altamente qualificados, que a torne capaz à atuação alargada na cadeia de valor e à resposta às solicitações de mercados de alto valor.

Para tal, o investimento contemplará a construção de um pavilhão industrial, com a infraestrutura necessária à correta implementação dos equipamentos e laboração (ex. cablagem), assim como equipamento de apoio ao fabrico dos novos produtos e correto funcionamento da empresa. Desta forma, a Klacus terá capacidade técnica e tecnológica para entrar em mercados de qualidade superior e, assim, ser mais competitiva juntos de países de alto valor, diferenciando-se pela inovação, qualidade, eficiência e flexibilidade.

Fornecer estilha para a produção de bioenergia e calor

A indústria florestal está a viver um período evolutivo e de renascimento, devido ao surgimento de novos produtos e modelos de negócio, sendo de destacar, a nível mundial, a aposta na biomassa como combustível renovável para produzir bioenergia e calor, por forma a fazer face às alterações climáticas e reduzir a dependência do petróleo, mas também devido à procura por materiais e soluções mais sustentáveis e ecológicas.

Deste modo, a Klacus irá investir numa linha produtiva de estilha, totalmente automatizada, eficiente, com laboração 24h/24h, conectada em tempo real, controlada por operação remota (i4.0) e que terá novos métodos para carregar e descascar os toros, obtendo-se a casca, mas também novos métodos de transporte, limpeza, trituração da madeira, obtendo-se a estilha que, posteriormente, será separada por várias classes de dimensão e tratada.

Fornecer casca de pinheiro para o fabrico de bio-PET e para a indústria farmacêutica

A Klacus prevê também ser fornecedora de casca de pinheiro limpa e tratada termicamente, a fim de contribuir para o fabrico de bio-PET um plástico rígido, leve em peso, transparente e reciclável, como o atual PET (PolyEthylene Terephatalate), mas melhor para o planeta. Neste sentido, é de destacar o investimento nesta área por grandes empresas, como é o caso da Coca-Cola, que criou a plantbottle, empresa focada na produção de bio-PET, com introdução de 30% de material biológico (ex. casca de pinheiro) que, posteriormente, destinar-se-á à produção de garrafas/embalagens. Assim, percebe-se que 30% do petróleo usado na cadeia de valor de plástico poderá ser substituído por material biológico, onde a casca limpa e tratada é altamente eficiente e onde já tem comprovada a sua aplicabilidade.

Por outro lado, a casca de pinheiro limpa e tratada é também procurada pela área farmacêutica, dado que a casca de pinheiro é rica em bioflavonóides e vitamina C (20 vezes) e E (50 vezes), que aquando da sua extração permitirão a produção de vários compostos químicos, destacando-se o Pycnogenol, um potente antioxidante, ótimo no combate aos radicais livres, cancro e doenças cardiovasculares/respiratórias.

Uma fábrica i 4.0

Um dos desafios da indústria florestal assenta na utilização de diversas unidades de medida nos pontos de controlo produtivo (ex. receção da matéria prima e processo produtivo). Atente-se que os toros de pinho são medidos em toneladas, a casca (kg ou metro cúbico), o serrim (metro cúbico) e a estilha (kg ou metro cúbico), o que dificulta a rápida conversão de matéria-prima à entrada face ao produto final expedido. Por outro lado, verifica-se como premente, a criação de um fluxo informativo, em tempo real, entre os vários intervenientes, de forma a aumentar a colaboração entre as partes e, assim, reduzir a incerteza, fomentar uma cadeia de valor mais ágil e flexível e melhorar as ordens de fabrico de forma integrada, promovendo um maior controlo do stock, redução de custos (ex. logísticos) e aumento da eficiência e flexibilidade.

Nesta ótica, a Klacus prevê investir num modelo de fábrica do futuro e, para tal, irá adquirir um sistema de gestão integrada e hardware de suporte ao seu correto funcionamento que, conjuntamente, permitirão a conexão, em tempo real, com sistemas de medição patentes nas linhas de produção, mas que também fomentarão a integração de sistemas e pessoas da empresa, privilegiando, assim, a integração vertical e horizontal do fluxo de informação e colaboração entre os vários elos da cadeia de valor.

A empresa entende ainda como essencial, contratar um quadro técnico altamente qualificado para suporte destas atividades e investir na implementação de um sistema de operação remota, preconizando, para tal, a aquisição de um software de domótica, por forma a atuar, incisiva e rapidamente, sobre determinadas ocorrências/paragens, mas também para apoio ao controlo da empresa à distância, dado que a informação estará disponível, in time, no sistema integrado da empresa.

Testemunho de Sérgio Nogueira, responsável do projeto:

"Valorizamos e agradecemos a colaboração e disponibilidade sempre presente que o COMPETE 2020 dedicou ao nosso projeto pois foi decisiva para  tornar numa realidade um projecto que tanto enriquece toda uma panóplia de áreas de actividade."

 

Apoio COMPETE 2020

O projeto conta com o apoio do COMPETE 2020 no âmbito do Sistema de Incentivos à Inovação, envolvendo um investimento elegível de 6,4 milhões de euros o que resultou num incentivo FEDER de cerca de 3,8 milhões de euros.

31/08/2018 , Por Miguel Freitas
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