Red2Discovery

 
1. Entrevista
 
 

Entrevista a Rui Pedrosa

Rui Pedrosa, Presidente do Politécnico de Leiria e investigador do MARE-IPLeiria é o coordenador do projeto Red2Discovery 
A coordenar o projeto Red2Discovery, Rui Pedrosa é doutorado em Biologia Humana e investigador principal do Centro de Ciências do Mar e do Ambiente (MARE-IPLeiria).
 
Licenciado em Bioquímica e mestre em Biologia Celular, o presidente do Politécnico de Leiria foi vice-presidente da instituição para a área da investigação e inovação no último mandato do presidente cessante, Prof. Doutor Nuno Mangas.
 
Rui Pedrosa é professor adjunto da Escola Superior de Turismo e Tecnologia do Mar, e tem uma larga experiência na participação em órgãos de gestão do Politécnico de Leiria, para além da coordenação de vários projetos de investigação, comunicação de ciência e internacionalização.
 
 

 

O que considera ser o elemento diferenciador no projeto RedDiscovery?

 
O projeto Red2Discovery surgiu a partir da visão clara que o mar poderá ser um elemento estratégico e diferenciador na criação de valor e riqueza para economia portuguesa. Neste âmbito, tendo conhecimento da enorme biodiversidade de espécies de macroalgas na costa Portuguesa, contudo pouco explorada, o projeto Red2Discovery centra a sua atenção em duas macroalgas vermelhas, Sphaerococcus coronopifolius e Asparagopsis armata, que revelaram elevado potencial biotecnológico como fonte de compostos com propriedades antimicrobianas e citotóxicas. Além disso, tendo em conta que uma destas espécies, Asparagopsis armata, trata-se de uma alga invasora com grande impacto negativo na flora nativa, o trabalho desenvolvido no projeto Red2Discovery pretende também criar oportunidades a partir de um problema.
 
Em suma, o elemento diferenciador é o valor acrescentado que podemos encontrar nos organismos marinhos, em particular na utilização das algas com elevado potencial biotecnológico.
 
 

Quais os resultados concretos esperados no âmbito do projeto?

Como em qualquer projeto de investigação as expectativas são muitas, mas o caminho a percorrer apresenta grandes desafios. No âmbito do projeto Red2Discovery os principais resultados esperados serão a caracterização do perfil químico destas espécies, através do isolamento e purificação dos compostos naturais responsáveis pelas bioatividades observadas, assim como avaliação do seu potencial farmacológico para aplicação no tratamento de patologias oncológicas ou infeciosas. Cientes das dificuldades inerentes a este percurso, não se torna menos importante referir a contribuição para a literacia científica e valorização dos recursos marinhos  serão resultados relevantes do projeto, que também vão potenciar, direta e indiretamente novas oportunidades de investigação e de partilha e valorização de conhecimento.

 

Empresas e Academia. Ainda são dois mundos?

 
São cada vez mais o mesmo mundo, pois uma economia suportada no conhecimento tem, necessariamente que ter parcerias fortes entre empresas e instituições de ensino superior. No caso do Politécnico de Leiria tem sido notório o trabalho desenvolvido ao longo dos últimos anos, em que os projetos têm, sistematicamente, o envolvimento direto de empresas. O centro de investigação onde o projeto Red2Discovery, o MARE-IPLeiria do Politécnico de Leiria, está a ser desenvolvido, é paradigmático no processo de aproximação e evolução na relação academia-empresas. Entre 2008 e 2014 eramos, essencialmente nós que procurávamos as empresas, hoje em dia já são empresas que nos procuram, demonstrado que o desenvolvimento de um trabalho sério, competente, dedicado com resultados são fatores chaves para o “cultivo” desta relação entre empresas e instituições de ensino superior. 
 

Qual tem sido o contributo dos Fundos da União Europeia para o seu trabalho de invstigação?

 

De facto, o financiamento proveniente dos Fundos da União Europeia, através dos vários programas, tem sido absolutamente decisivo e de extrema importância no desenvolvimento do trabalho que temos desenvolvido na área da ciência e tecnologia do mar, particularmente na área da Biotecnologia Marinha. Felizmente estive envolvido em projetos europeus e estou agora como investigador principal em alguns projetos nacionais cofinanciados por fundos europeus. Este contributo tem sido também determinantes para a formação avançada de vários estudantes de mestrado e doutoramento. Finalmente, tendo em conta que o conhecimento é global e multicultural, estes projetos cofinanciados têm permitido o estabelecimento de uma rede de conhecimento internacional e a formação de equipas multidisciplinares catalisadoras numa estratégia que a ciência e a economia do mar estejam ao serviço da sociedade.

 

 

2. Apoio do COMPETE 2020

O projeto Red2Discovery foi cofinanciado pelo COMPETE 2020, no âmbito do Sistema de Apoio à Investigação Científica e Tecnológica (SAICT) e contou com um investimento elegível de 174 mil euros e um incentivo FEDER de 148 mil euros.  

 

3. Links úteis

Notícia "Peniche e a Reserva Natural das Berlengas, um mar de oportunidades"

Website do Politécnico de Leiria 

Website do MARE-IPLeiria 

Website do Centro de Neurociências e Biologia Celular da Universidade de Coimbra (CNC) 

Website da Universidade de Santiago de Compostela 

18/09/2018 , Por Cátia Silva Pinto