TMG Automotive vence Prémio Produto Inovação COTEC-ANI

Prémio Produto Inovação COTEC-ANI

 

O Prémio Produto Inovação é promovido pela COTEC e ANI e tem como objetivo central o de premiar e divulgar publicamente produtos (bens ou serviços) inovadores ou famílias de tais produtos desenvolvidos por empresas nacionais ou estrangeiras, de qualquer dimensão, que operem em Portugal.

A TMG Automotive recebeu o Prémio Produto Inovação COTEC-ANI com o seu tecido plastificado ecológico e altamente resistente utilizado nos interiores dos automóveis da Daimler e da Toyota.

 

Leia a entrevista da ANI (Agência Nacional de Inovação) a Isabel Furtado, CEO da TMG Automotive.

O que significa para a TMG a distinção do Prémio Produto Inovação COTEC-ANI? A TMG Automotive desde cedo se associou à COTEC na adoção e promoção das melhores práticas ao nível de inovação. Neste contexto, é com enorme orgulho que recebemos este prémio, pois o mesmo não surge como um acontecimento isolado, mas como resultado de uma estratégia assente em Investigação Desenvolvimento e Inovação (IDI).  O nosso crescimento nos últimos anos está fortemente alicerçado na industrialização de projetos de investigação e desenvolvimento.

Consideramos este prémio fundamental como um reconhecimento pelo nosso esforço enquanto organização, mas também como um excelente exemplo para as empresas portuguesas que pretendem sustentar o seu crescimento na diferenciação pela inovação.

Qual é a importância/peso que os processos de inovação têm na estratégia empresarial/criação de produtos? Desde a certificação das atividades de IDI pela NP4457:2007 que a TMG Automotive definiu indicadores mensuráveis para avaliar o impacto do IDI no negócio. Um dos mais importantes é a associabilidade, ou seja, a percentagem de artigo vendido que contém projetos de IDI industrializados. Este valor, que já foi da ordem de 8.7% ano, está neste momento acima de 20% ao ano.

Um outro indicador que esperamos implementar brevemente é o contributo do IDI para a rentabilidade. Só assim está assegurada a sustentabilidade do negócio.

Temos, neste momento, trinta projetos de inovação em curso, dos quais 17 são em parceria com clientes. O PVU é um entre muitos exemplos de sucesso.

O que se segue para o produto PVU? (Que ambições/estratégia de mercado para este produto?) O PVU é já um produto industrial na Daimler e na Toyota. Primariamente como um material para aplicação em estofos do interior automóvel (mercado natural da TMG Automotive e alvo preferencial definido na sua política de inovação) devido à excelente resistência e durabilidade bem como reduzida toxicidade em contacto com os ocupantes do veículo. Posiciona-se assim no mercado como uma alternativa sustentável à pele natural, quer para estofos quer em outras aplicações como, por exemplo, os volantes.

No nosso mercado, que não é B2C e onde não controlamos o “push-to-market”, a estratégia passa sempre pelo trabalho multidisciplinar com um cliente final (OEM) pois cabe a este a definição de quais os materiais que vão ser usados em qual modelo. O nosso papel é promover as vantagens do produto, convencer o cliente, e trabalhar com este para um novo redesign do conceito aplicado ao seu caso específico.

Raramente é “one-fits-all”. O PVU é uma plataforma que é depois customizada para cada cliente final. A previsão de vendas mostra já que, até 2020, a família de produtos poderá vir a representar cerca de 6 % das vendas da empresa.

 

TMG Automotive

Um grupo cujas origens remontam à década de 30 do século passado, em Vila Nova de Famalicão. Resultado das ideias de um visionário que tinha como lema «tecnologia e qualidade de mãos dadas», o grupo representa uma história portuguesa de sucesso, com uma aposta permanente na inovação. Uma das empresas, a TMG Automotive, que trabalha para o sector automóvel, é disso exemplo.

Em 1937, a partir da visão de Manuel Gonçalves, foi criada em São Cosme do Vale (Vila Nova de Famalicão) a Fábrica da Fiação e Tecidos do Vale de Manuel Gonçalves. É este o projeto que está na origem do Grupo TMG, que congrega mais de 75 anos de sucesso de um projeto genuinamente português. A fábrica viria a ser transformada em 1965 em sociedade anónima e a partir da década de 1970 haveria de constituir-se como a maior empresa têxtil nacional. 

Isabel Furtado, administradora do Grupo TMG, diz que «desde o início o que norteia o grupo é a filosofia do fundador: ‘tecnologia e qualidade de mãos dadas’». Neta de Manuel Gonçalves, Isabel Furtado considera que «esta visão estratégica tem sido um fator-chave no desenvolvimento do grupo, através do investimento contínuo em pessoas e equipamento tecnológico de ponta, sustentando assim a capacidade competitiva». 

Inicialmente concentrada na indústria têxtil, a TMG cedo iniciou o processo de diversificação para outras áreas, entre as quais se incluem atualmente sectores tão distintos como interiores para automóveis (TMG Automotive), retalho e distribuição de vestuário desportivo (Lightning Bolt), meios aéreos (HeliPortugal), sistemas e soluções para energia, engenharia, ambiente e transportes (Efacec), produção e distribuição vinícola (Caves Transmontanas e Casa de Compostela), produção de energia através de cogeração e hídrica e ainda participações na área financeira. 

A TMG Automotive exerce a sua atividade há mais de 30 anos, a partir da unidade produtiva de Campelos, nos arredores de Guimarães. 

Segundo Isabel Furtado, a empresa tem conseguido crescer, «apesar das dificuldades e dos cenários micro e macroeconómicos que tem vindo a atravessar». Dado o seu cariz exportador, «a exposição aos cenários nacionais é menor», explica a responsável, ressalvando que «a evolução depende muito da situação financeira europeia e do comportamento em termos de deslocalização para novos mercados – nos continentes asiático e sul-americano – dos construtores europeus». 

De qualquer forma, na empresa acredita-se na «capacidade de entender e prever atempadamente o comportamento do mercado, dado o posicionamento bastante diversificado». Isabel Furtado afirma mesmo que estão «atentos e preparados para desenvolver ações que garantam o futuro e a competitividade de médio/ longo prazo». 

Fonte: Revista Espaço – fevereiro de 2013

03/01/2017 , Por Cátia Silva Pinto