Grupo Amorim, muito mais que cortiça

No passado dia 16 de fevereiro de 2016, a Autoridade de Gestão do COMPETE2020 recebeu António Rios Amorim, no âmbito da iniciativa COMPETE 2020: ao lado de quem cria valor. O CEO do Grupo Amorim apresentou uma matéria-prima única no mundo que, é hoje, muito mais que rolhas. A Cortiça, numa mensagem de saber e experiência com a certeza de um futuro muito melhor que o passado.

O Grupo Amorim é um exemplo de crescimento sustentado de uma organização que soube adaptar-se a contextos competitivos e evoluções do macro-ambiente pontualmente adversas, para em cada momento do tempo, do ciclo económico, da geografia, das tendências de consumo adotar estratégias tendentes à sua internacionalização sustentada a partir de uma sólida base financeira que não punha em risco a casa mãe, fator fundamental para uma estratégia de internacionalização consolidada.” Foi assim que o presidente do COMPETE 2020, Rui Vinhas da Silva, descreveu esta empresa após uma visita inserida na iniciativa COMPETE 2020: ao lado de quem cria valor.

O presidente do COMPETE 2020 salientou que “o Grupo Amorim aposta na inovação constante traduzida no estado da arte de processos produtivos e na diversificação de produtos, embora sempre com enfoque na noção básica de que 70% do valor gerado continua a ser derivado de 20% da produção de cortiça, ancorado num produto fundamental, rolhas de cortiça.” Assinalou, ainda, que “diversificação de produto e de geografia com consequente mitigação de riscos de mercado e cambial, contemporaneidade com o estado da arte da tecnologia inserida em processos sofisticados que permitem a consecução de eficiências produtivas a montante e pro-atividade a trabalhar os mercados a jusante, tudo isto ancorado numa solidez financeira que permite um crescimento consolidado, fazem do Grupo Amorim uma grande empresa portuguesa em constante crescimento, que fatura mais de 600 M de Euros ano, com um produto português, a cortiça.”

 

Síntese

A cortiça é uma matéria-prima de excelência que pode ser utilizada em diversos produtos para diversas aplicações e utilizações. Até uma simples rolha tem características especificas para servir diversos propósitos. É esta multiplicidade que caracteriza a cortiça, uma matéria-prima que demora o seu tempo mas cujos resultados e potencialidades justificam a espera.

A Amorim produz 4 biliões de rolhas. Com o foco no mercado, as rolhas são produzidas de forma diferenciada de acordo com o segmento de vinho a que se destinam. O objetivo é tornar a rolha o vedante de excelência e os esforços para erradicar o TCA (vulgarmente denominado pelo termo ‘sabor a rolha’) está muito perto da realidade.

O Grupo Amorim é composto por diversas empresas e todas elas trabalham a mesma matéria-prima: a cortiça. Dos revestimentos, aos isolamentos, os produtos e as aplicações são inúmeras. A cortiça é utilizada numa forma mais ‘crua’ em rolhas, um vedante por excelência, mas dadas as suas características térmicas, acústicas, leveza, resistência pode ser processada e alterada e ser utilizada também em calçado, peças de mobiliário, peças de design, vestuário…

Hoje em dia existe uma infinidade de produtos que têm por base a cortiça. É o caso do revestimento Hidrocork, um piso à prova de água que visualmente tem aspeto de madeira mas a base e as características são-lhe conferidas pela cortiça.

Em qualquer dos produtos existe um trabalho profundo e um grande investimento do Grupo Amorim em I&DT. É neste trabalho de investigação e de querer fazer mais e melhor que o Grupo prepara o futuro, um futuro com uma matéria-prima que não tem desperdício, um futuro que o CEO do Grupo, António Rios Amorim prevê ser muito melhor que o passado.

 

Breve Historial do Grupo Amorim

. Quatro gerações, um destino: a excelência

O Grupo Amorim é uma das maiores, mais empreendedoras e dinâmicas multinacionais de origem portuguesa. Teve origem no negócio da cortiça, em 1870, sendo hoje líder destacado no setor a nível mundial.

Guiado por uma visão de crescimento sustentado, liderada desde 1952 pelo empresário Américo Amorim, o Grupo tem apostado na diversificação da sua atuação, através do investimento em setores e áreas geográficas com elevado potencial de rentabilidade. Nos anos 60, iniciou um processo de verticalização do negócio da cortiça e de internacionalização das atividades.

Sob o lema "nem um só mercado, nem um só cliente, nem uma só divisa, nem um só produto" o Grupo Amorim ultrapassou fronteiras geográficas e condicionalismos arriscados para a época, apresentou a cortiça ao mundo e destacou-se em setores como o imobiliário, o financeiro, as telecomunicações e o turismo.

Mantendo o seu cunho familiar, o Grupo Amorim detém hoje uma posição consolidada em dezenas de empresas nos cinco continentes e em diversas áreas económicas. Desde a cortiça, através da Corticeira Amorim, ao têxtil, através da centenária Gierlings Velpor - especializada em veludos e têxteis técnicos -, à vitivinicultura e ao enoturismo.

Neste âmbito, destaca-se a grande paixão pelos produtos regionais do Douro, refletida na recuperação e exploração da Quinta de Nossa Senhora do Carmo. Aqui, o Grupo desenvolve um projeto totalmente integrado e inovador, que abraça a produção de produtos naturais de qualidade, como o vinho do Porto e os vinhos de mesa, o azeite, assim como produtos tradicionais gourmet. Desde 2005, este projecto ganhou uma nova dimensão, com a abertura do Hotel Rural Quinta Nova de Nossa Senhora do Carmo, o primeiro hotel do vinho em Portugal, reconhecido até ao presente com inúmeras distinções.

Sempre com a missão de respeitar os princípios de desenvolvimento económico, social e ambiental, o Grupo Amorim continua assente nas bases sobre as quais construiu o seu património - visão empresarial, responsabilidade, diligência, criatividade e inovação. E na missão de se demarcar pela excelência, quer ao nível da gestão, quer dos produtos e serviços. Uma vontade que contagia e alimenta o entusiasmo da mais nova geração envolvida nos negócios da família, a quarta.

 

Iniciativa “ COMPETE 2020: ao lado de quem cria valor”

O sector da cortiça é um sector dinâmico, fortemente empreendedor e sempre na busca de soluções com forte conteúdo de valor agregado.” Foi assim que o presidente do COMPETE 2020, Rui Vinhas da Silva, caracterizou o sector da cortiça após uma visita de quatro dias a várias empresas espalhadas por todo o país.

Inserida na iniciativa “COMPETE 2020: ao lado de quem cria valor”, o programa, de 12 a 15 de janeiro de 2016, contou com a visita a 21 unidades industriais representativas dos diferentes subsectores da indústria da cortiça e, ainda, um encontro com mais quatro empresários que apresentaram as suas empresas no Observatório do Sobreiro e da Cortiça, em Coruche. Deste roteiro fez ainda parte a visita às três entidades representativas do sector: o Centro de Formação Profissional da Indústria de Cortiça (Cincork), o Centro Tecnológico da Cortiça (Ctcor), e a Associação Portuguesa da Cortiça (Apcor) - entidade responsável pela organização das visitas.

O presidente do COMPETE 2020 salientou que “o sector da cortiça aposta em vantagens competitivas sustentáveis a montante na cadeia de valor, traduzido em processos produtivos eficientes e, a jusante, através da customização e satisfação de requisitos de clientes em mercados altamente exigentes.” Assinalou, ainda, que “muitas empresas têm dotações de tecnologia e equipamento semelhantes, mas é o espírito empreendedor e a visão do empresário que fazem a diferença entre o sucesso e o insucesso.” Ao nível da tecnologia e dos processos produtivos, Rui Vinhas da Silva, destacou que as empresas do sector da cortiça são “dotadas com tecnologia sofisticada, demonstram uma preocupação constante com a gestão de processos de melhoria contínua através da adopção de sistemas e técnicas de gestão modernas e possuem elevado know-how, conhecimento profundo de processos produtivos e do mercado global.”

Rui Vinhas da Silva constatou, ainda, que o setor da cortiça consegue aliar “diversificação de produto, diversificação geográfica e inovação constantes, com preocupações de gestão de possíveis riscos.” E afirmou: “é um sector com um forte entendimento dos ditames da competitividade da economia e dos requisitos do mercado global.

Para o presidente do COMPETE 2020 existem “noções estereotipadas acerca do nível de desenvolvimento do país e da sua indústria e que levam, frequentemente, compradores, em contexto de B2B (business to business) e, principalmente, B2C ( business to consumer) , a ter menor disponibilidade na preferência de produtos de origem portuguesa ou a imporem tetos psicológicos de preço acima dos quais não estão disponíveis a pagar. Esta realidade tem vindo, progressivamente, a mudar, mas ainda há muito trabalho a fazer para que os produtos portugueses de elevada qualidade intrínseca conseguem ser percebidos como tal e assim possam comandar prémios de preço em mercados exigentes junto de consumidores sofisticados e de elevado rendimento disponível. Estes estereótipos negativos do país de origem do produto cruzam sectores de atividade económica muitas vezes não relacionados entre si.” E concluiu: “a imagem externa do país poderá ser uma forte condicionante da agregação de valor a bens transacionáveis e da competitividade da economia portuguesa no mercado global. A realidade tem vindo a mudar mas há, ainda, um longo caminho a percorrer.

 

Links

Roteiro da Cortiça 

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17/02/2016 , Por Célia Pinto
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