PGlobal

Sintese

O projeto Pglobal é um novo conceito editorial de agregação de conteúdos em português, que junta na mesma plataforma empresas de media, universidades e utilizadores de vários países, com conteúdos próprios e a participação ativa dos utilizadores. O objetivo é unir uma comunidade de leitores que tem em comum a língua.

O Pglobal será uma plataforma desdobrável em vários suportes, com aplicações para smartphones e tablets, uma componente de crowsourcing, com a participação dos leitores e um sistema de recomendação de temas e notícias aos utilizadores em função do seu histórico.

Descrição do projeto

O projeto será concebido para, numa fase inicial, ser montado por uma rede composta por uma empresa de media e uma universidade de cada um dos três seguintes países: Portugal, Angola, Brasil e Moçambique.

O Pglobal terá, também, conteúdos específicos, que serão produzidos pelas equipas de cada um dos seus componentes ou pelos utilizadores que quiserem participar nesta comunidade informativa e colaborativa.

Este projeto editorial e internacional será produzido por uma rede de instituições públicas e privadas, jornais e universidades, de Portugal e dos países de língua oficial portuguesa, com o objetivo de se transformar num espaço público de debate e de partilha entre estudantes, docentes, jornalistas e leitores. Um meio comum de agregação de conteúdos de jornais dos vários países, de propostas de conteúdos feitas pelos leitores e de conteúdos produzidos especificamente para nela serem divulgados.

O Pglobal terá existência nos vários suportes de leitura, mantendo a sua coerência gráfica em cada um deles. A sua visualização poderá oscilar em função da origem do visitante ou do seu histórico. Um agregador com estas características terá, forçosamente, uma grande presença nas redes sociais (Facebook, Twitter, Instagram e Pinterest), na expectativa de reunir em seu torno um número substancial de leitores mais jovens, entre os 18 e os 35 anos, nomeadamente pelas seguintes razões:

- este grupo etário está mais familiarizado com a leitura de informação online, nomeadamente através do ‘smartphone’, e pouca informação consome em papel.

- este grupo etário é o que possui mais mobilidade na geografia da língua portuguesa, circulando de país para país com uma facilidade bem distinta das gerações anteriores.

Pontos fortes do projeto

Este projeto pretende contribuir para melhorar o conhecimento da realidade de cada um dos países, uma vez que, apesar da língua comum, permanece um grande desconhecimento sobre o que realmente se passa em alguns deles.

Um projeto como o Pglobal será um projeto de inclusão de leitores e de aproximação de mercados, uma forma de na componente editorial e tecnológica se encontrar um modelo de internacionalização, que corresponda às ambições quer das empresas de comunicação social quer das universidades num mundo cada vez mais interdependente. As redes sociais de expressão mundial ajudam a essa aproximação.

Acresce que a escala portuguesa já não é por si suficiente para dar resposta às necessidades de proveitos das empresas e instituições no país, pelo que aqui haveria ganhos substanciais a registar. As parcerias entre empresas e instituições representariam:

- partilha de know-how consoante os conhecimentos de cada uma delas

- partilha de recursos e de conteúdos

- entrada no mercado de venda de conteúdos editoriais e tecnológicos

- promoção do saber profissional e académico

- criação de um mercado publicitário à escala da língua portuguesa

O seu acesso terá de ser multi-plataforma (computador, “tablet” e “smartphone” e garantir ao utilizador a possibilidade de ler ou publicar os seus conteúdos independentemente do local onde se encontra e da hora a que o pretenda efetuar. Em suma, os leitores/utilizadores terão privilégios de administração para paginarem os seus próprios conteúdos e terão à sua disposição uma paleta de opções para categorizarem o seu trabalho e acrescentarem “tags”.

Funcionamento

Este processo de DIY não prescinde, contrariamente ao que se poderia pensar, de jornalistas, webdesigners ou programadores. Num caso com este, os profissionais da informação desempenharão um papel de curadoria, na aprovação dos conteúdos submetidos a publicação, após um processo de verificação, assegurando a qualidade dos mesmos e tentando evitar que um projeto com estas características possa resvalar para o insulto ou para a calúnia. Em todo o caso, a participação nesta plataforma exige registo mediante rede social.

Pretende-se que este agregador de notícias, de jornalistas e de utilizadores, seja uma redação aberta às comunidades e um desafio ao espaço público de debate numa lógica internacional.

O lançamento do projeto será feito em simultâneo com a divulgação de materiais tutoriais sobre as características técnicas de cada um dos formatos em causa, de modo a uniformizar o tamanho dos textos e as especificações técnicas de resolução de áudio, vídeo ou fotografia, alertando para questões do foro da ética e da deontologia, da estética e da linguagem informativa.

O protótipo do Pglobal estará, também alojado em sites do Público e da Universidade do Porto, sem prejuízo do acesso direto. O objetivo é, também, que o mesmo possa também estar alojado em sites de universidades e de jornais de outros países de língua portuguesa, como forma de garantir a sua internacionalização quer na publicação quer na visualização dos conteúdos.

Objetivos

O PGlobal pretende ser um site colaborativo, com parcerias com universidades científicas, e com uma componente tecnológica acentuada. Esta intenção decorre da experiência do site P3, com grande parte do seu conteúdo a ser gerado ao abrigo do crowdsourcing, que foi criado com o apoio do COMPETE.

O protótipo deste site demonstra que os utilizadores estão interessados em colaborar num projeto editorial do qual sentem fazer parte. Não só porque nele comentam ou o seguem nas redes sociais, mas, sobretudo, porque nele assinam textos, imagens, vídeos.

Apoio

O projeto PGlobal, apoiado pelo Programa Operacional Fatores de Competitividade, no âmbito do Sistema de Incentivos à investigação e Desenvolvimento Tecnológico (SI I&DT) envolve um investimento elegível de 535 mil euros correspondendo a um incentivo FEDER de 157 mil euros.

Testemunho

Programas como estes são fundamentais para garantir às empresas, nomeadamente deste sector, que se envolvam em projetos de inovação. O Pglobal é um exemplo disso. Um projeto com estas características tecnológicas e ambição editorial não é compatível com o exercício diário de uma redação focada na produção de notícias ou de uma empresa focada na obtenção de receitas. Um programa assim permite às empresas tentar encontrar outras vias de conseguirem novos e mais leitores, de diversificarem receitas e de se internacionalizarem, ultrapassando as limitações geográficas de um mercado demasiado estreito. Donde, segundo Amílcar Correia, coordenador do Pglobal, “este projeto só foi possível com o apoio do COMPETE, possibilitando a criação de uma unidade de produção altamente sustentável e cujo trabalho tem vindo a ser continuamente reconhecido”.