Tudo o que precisa de saber para financiar um negócio

Tem interesse em começar uma empresa própria? A plataforma de simulação gratuita de produtos financeiros ComparaJá.pt expõe características, vantagens e desvantagens de algumas soluções financeiras para alavancar uma ideia de negócio. Fundos estatais, crowdfunding, venture capital e crédito pessoal são algumas das alternativas em destaque.   

Na atualidade, o acesso ao financiamento é mais controlado e exigente, mas não faltam pessoas que sonham em ser empreendedores (inspiradas pelas startups de sucesso), desejando apenas obter o capital necessário para colocarem o seu projeto andar para a frente. Mas qual será a melhor solução?

A partir de dois exemplos fictícios, a Maria e o Rui, o portal ComparaJá.pt explica cada uma das soluções.  

1 - MICROCRÉDITO E FUNDOS ESTATAIS  

O Rui, jovem empresário com uma vinha no Douro, quer começar a exportar o seu vinho para o estrangeiro, sabendo de antemão que o programa Portugal 2020 pode constituir uma boa opção. O programa provém de um acordo entre Portugal e a Comissão Europeia, sendo constituído por cinco Fundos Europeus Estruturais e de Investimento.   Para concorrer, o Rui deve ter a situação fiscal singular e coletiva regularizada, submeter a candidatura no Balcão 2020 e aguardar pela decisão, ação que pode demorar mais de dois meses a sair. Se o feedback for positivo, o financiamento é atribuído tendo em conta o desempenho da vinha, tendo de justificar os investimentos e apresentar resultados.  

Por outro lado, os desempregados de longa duração que tenham uma ideia de negócio viável e sustentável e que não consigam ter acesso a crédito podem candidatar-se a um microcrédito com apoio do Estado. Este é o caso da Maria, empreendedora quer muito abrir uma livraria com sessões de poesia declamada. A solução pode ser um programa como o SOU MAIS ou o microcrédito da Associação Nacional de Direito ao Crédito. Estas opções conferem, aos empreendedores com mais de 18 anos e sem registos negativos no Banco de Portugal, a oportunidade de aceder a quantias até 20 mil euros   

O microcrédito é pago em prestações mensais, existindo um período de carência de capital durante o qual a Maria só amortiza juros, ficando com mensalidades mais baixas. Alguns bancos disponibilizam microcrédito para pequenas empresas. Assim, se a Maria escolher esta alternativa, também tem ajuda por parte da instituição financeira na preparação e implementação do projeto, bem como na sua gestão. A empreendedora pode ainda usar parte do financiamento para apostar na formação e tirar o curso de gestão hoteleira, que vai ajudar na gestão da sua padaria.  

2 - CROWDFUNDING  

A ganhar expressão em Portugal está o crowdfunding, muito por culpa da variedade de áreas de projetos que podem concorrem. O sistema consiste num financiamento colaborativo simples, no qual qualquer pessoa pode investir (anonimamente ou não) online.  

A falta de financiamento e a situação económica adversa dos últimos anos levaram a que muitos empreendedores recorressem a esta solução. Um deles foi o Rui, dono da vinha do Douro. Para angariar fundos e apresentar o vinho em algumas exposições e feiras gastronómicas, este fazedor só teve de apresentar o projeto na internet, estipulando os objetivos a que se propõe, o financiamento mínimo que precisa e o período de angariação. Se, durante esse prazo, atingir o montante pretendido, recebe o dinheiro para se por na estrada. Por outro lado, caso não atinja, os fundos são devolvidos aos investidores.  

3 - VENTURE CAPITAL E BUSINESS ANGELS  

A Maria, da livraria, também pensou em apresentar o projeto a uma venture capital (empresa de capital de risco) ou um business angel (investidor privado que investe capital próprio em projetos válidos). No entanto, percebeu que ambas as soluções implicariam a expansão do negócio para o resto do país, ação que não estava nos planos imediatos.  

Entre as duas alternativas, as principais diferenças são a proximidade, a participação na empresa e os montantes financiados. No caso exposto, o business angel investiu, exigindo o estatuto de sócio ativo da empresa e disponibilizando capital, tempo de trabalho, rede de contactos, conhecimento e know-how na gestão. Na sociedade de capital de risco, a Maria percebeu que o acompanhamento seria mais técnico e distanciado, sendo que a venture não manifestou interesse em possuir a maioria de participação na empresa.   

4 - CRÉDITO PESSOAL   

Imagine agora que o Rui optava por alavancar o negócio do vinho com um crédito pessoal para materializar o projeto. Esta solução permitiria ao Rui pedir emprestada uma quantia específica e pagá-la através de mensalidades fixas durante um certo prazo. Veja aqui os créditos com melhores taxas de juro no mercado para alavancar um projeto.  

Deste modo, o Rui, para obter o capital necessário para começar a exportar o vinho do Douro, apenas teria de pagar as prestações mensais relativas ao contrato que assinou. Ao valor regular somam-se elementos como: taxas de juro, comissões iniciais, seguros, montante total imputado ao consumidor e o prazo de pagamento.  

5 - FACTORING  

As PME nacionais podem ainda recorrer ao factoring, uma solução disponível para instituições com dificuldades de gestão financeira, que consiste na conversão de créditos comerciais de curto prazo resultantes do fornecimento de bens ou serviços em liquidez imediata.

 

Fonte: ANJE

 

19/07/2016 , Por Cátia Silva Pinto